Os salmos na nossa vida – Salmo 6 – A oração no sofrimento
Dom José Francisco Falcão de Barros reflete o Salmo 6,2-4. Cita textos de Teodoreto de Ciro e Santo Agostinho:
“Senhor, em vossa cólera não me repreendais, em vosso furor não me castigueis”
Salmo 6,2
”Ele não implora para não ser censurado, mas para não ser censurado com cólera; não reza para evitar a disciplina, mas para não sofrer com o furor. Corrige-me como um pai – pede –, não como um juiz; como um médico, não como um torturador. Não confundas o castigo com o crime, mas tempera a justiça com afetuosa moderação”
Teodoreto de Ciro (393-466)
Comentário aos Salmos, 6, 2
Comentário aos Salmos, 6, 2
“Tende piedade de mim, Senhor, porque desfaleço; sarai-me, pois sinto abalados os meus ossos”
Salmo 6,3
“Tem piedade de mim, Senhor, porque desfaleço; sarai-me, pois sinto abalados os meus ossos”, o sustentáculo ou a força de minha alma: é isso o que quer dizer “ossos”. A alma afirma ter abalada a sua força, ao falar em “ossos”. Não se pense que tenha ossos, como vemos no corpo”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 6, 4
Enarrationes in Psalmos, 6, 4
“Sob o influxo da debilidade, o pecado vence. Depois de tudo, se a faculdade de raciocínio em nós não fosse frágil, as paixões não poderiam rebelar-se. Dito de outra forma: considerando que o condutor da carruagem seja firme, guie e controle os cavalos com habilidade, não há possibilidade para resistir. Ele chama aqui ‘ossos’ racionais, porque os ossos são naturalmente densos e sustentam o corpo; falando figurativamente, deu o nome ‘ossos’ ao raciocínio, por meio do qual o ser vivo é guiado. Um distúrbio naquela faculdade – ele está dizendo – me confundiu e abalou. Portanto, peço que me seja consentido gozar do teu afeto, para receber a cura por meio dele”
Teodoreto de Ciro (393-466)
Comentário aos Salmos, 6, 3
“Minha alma está muito perturbada; vós, porém, Senhor, até quando?”
Salmo 6,4
“É explanação o acréscimo: ‘Minha alma está muito perturbada’, a fim de não se interpretar como sendo referência ao corpo, porque disse ossos. ‘Vós, porém, Senhor, até quando?’ Quem não vê tratar-se da alma em luta com suas moléstias, muito tempo sem assistência do médico, a fim de se convencer dos males em que se precipitou ao pecar? Se a cura é fácil, não se tomam muitas precauções. A dificuldade da cura torna maiores os cuidados com a saúde recuperada. Não se julgue cruel Deus, a quem se diz: ‘Vós, porém, Senhor, até quando?’ Ao contrário, é bom conselheiro da alma a respeito do mal ocasionado por ela a si própria. Esta alma ainda não reza tão perfeitamente que se lhe possa declarar: ‘Estarás falando ainda, e direi: Eis-me aqui!’ (Is 65, 24; 52, 6). Se os que se convertem suportam tamanha dificuldade, é para que simultaneamente se reconheça o grande castigo preparado para os ímpios, que recusam se converter a Deus, como se lê em outra passagem: ‘Se o justo com dificuldade consegue salvar-se, em que situação ficará o ímpio e pecador?’” (1Pd 4, 18)
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 6, 4
Enarrationes in Psalmos, 6, 4
Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.
“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.
A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.