Os salmos na nossa vida – Salmo 6 – A oração no sofrimento


Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 6,11. Cita textos de Santo Agostinho:

“Que todos os meus inimigos sejam envergonhados e aterrados; recuem imediatamente, cobertos de confusão!”
Salmo 6,11

“‘Que todos os meus inimigos sejam envergonhados e aterrados’. Afastai-vos de mim, todos, disse o salmista mais acima. Tal pode acontecer mesmo nesta vida, conforme foi exposto. Mas dizer: ‘Sejam envergonhados e aterrados’, não vejo como possa suceder, senão no dia em que forem manifestos os prêmios dos justos e os suplícios dos pecadores. Agora, os ímpios não se coram, nem deixam de zombar de nós; e por vezes com suas irrisões conseguem que os fracos se envergonhem do nome de Cristo… Agora, os ímpios não se podem envergonhar. Seria desejável que também nós, por causa deles, não nos envergonhássemos, para não sermos dissuadidos, impedidos ou retardados no caminho encetado”.

“Mas, virá tempo em que eles se envergonharão, dizendo, conforme está escrito: ‘Este é aquele de quem outrora nos ríamos, de quem fizemos alvo de ultraje, nós insensatos! Considerávamos a sua vida uma loucura e seu fim infame. Como agora o contam entre os filhos de Deus e partilha a sorte dos santos? Sim, extraviamo-nos do caminho da verdade; a luz da justiça não brilhou para nós, para nós não nasceu o sol. Cansamo-nos nas veredas da iniquidade e da perdição, percorremos desertos intransitáveis, mas não conhecemos o caminho do Senhor! Que proveito nos trouxe o orgulho? De que nos serviram riqueza e arrogância? Tudo isso passou como uma sombra'” (Sb 5, 3-9).

Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 6, 12

“Quanto à palavra: ‘Recuem imediatamente, cobertos de confusão’, quem não acha muito justo o castigo de se voltarem para sua própria confusão, os que não quiseram converter-se em vista da salvação? O salmista acrescentou: ‘Imediatamente’. Quando se for desistindo de esperar o dia do juízo e se disser: Paz! Então, lhes sobrevirá repentina destruição (1Ts 5, 3). Seja quando for, virá muito rapidamente o que não era mais esperado. Só a esperança de viver faz com que se considere longa a vida, pois nada parece mais rápido do que tudo aquilo que já passou. Quando vier o dia do juízo, então os pecadores perceberão não ser longa a vida que passa. De modo algum há de parecer-lhe tardio o que vier para os que não o desejam, ou antes, para os incrédulos”.

“Aqui é possível ainda a seguinte interpretação: Deus ouviu a alma que gemia e assiduamente chorava, por isso livrou-se dos pecados e dominou todos os perversos movimentos do desejo carnal, conforme ela mesma diz: ‘Apartai-vos de mim, obreiros de iniquidade, porque o Senhor escutou a voz de meu pranto’. Ao lhe suceder tal coisa, não é de admirar que se torne tão perfeita que ore pelos próprios inimigos. A frase: ‘Que todos os meus inimigos sejam envergonhados e aterrados’ pode referir-se à penitência dos pecados, impossível de realizar-se sem confusão e comoção”.

Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 6, 13

 

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.