Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 5, 10-12. Cita textos de Santo Agostinho e São João Crisóstomo:

Os salmos na nossa vida – Salmo 5 – Oração da manhã

“Porque em seus lábios não há sinceridade, seus corações só urdem projetos ardilosos. A garganta deles é como um sepulcro escancarado, com a língua distribuem lisonjas”.
Salmo 5, 10

“A garganta deles é como um sepulcro escancarado”. Pode ser referência à voracidade, que é causa frequente de mentirem os homens, com adulação. E está expresso de modo admirável “sepulcro escancarado”, porque tal voracidade permanece sempre ávida, ao contrário dos sepulcros, que se fecham após receberem os cadáveres. É possível também entender-se que eles atraem a si com mentiras e vis lisonjas aqueles que seduzem ao pecado e devoram, induzindo-os a levar vida igual a sua. Como esses morrem assim pelo pecado, com razão os sedutores são denominados sepulcros escancarados, porque também eles, de certo modo, estão mortos, privados da vida da verdade, e recebem em si os que eles mataram com palavras mentirosas e coração fútil, tornando-os semelhantes a si”.
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 12

“Deixai-os, Senhor, prender-se nos seus erros, que suas maquinações malogrem! Por causa do número de seus crimes, rejeitai-os, pois é contra vós que se revoltaram”
Salmo 5, 11

“‘Deixai-os, Senhor, prender-se nos seus erros, que suas maquinações malogrem!’ É profecia, não maldição. O salmista não deseja que aconteça, mas discerne o que há de suceder. Realiza-se, mas não porque ele aparentemente o desejou, e sim porque eles são tais que sucederá conforme merecem… “‘Que suas maquinações malogrem’, acreditando-se ter o salmista desejado o melhor, que desistam de seus ardis e já não planejem maldades. Mas as palavras seguintes não permitem tal interpretação: ‘Rejeitai-os’, porque de modo algum se há de tomar em bom sentido que alguém seja repelido por Deus. Entenda-se, portanto, como profecia, e não malevolência. Foi assegurado que necessariamente tal coisa adviria aos que perseverassem nos pecados mencionados. ‘Que suas maquinações malogrem’, diz o salmista. Desistam de seus planos, que os acusam, e o atesta sua consciência, conforme declara o Apóstolo: ‘Acusam-nos, ou defendem-nos seus pensamentos, na revelação do justo juízo de Deus’” (Rm 2, 15.16)
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 13

“‘Deixai-os, Senhor, prender-se nos seus erros’. Vê aqui em que consiste a mansidão na oração. Não disse ‘castigai-os’, mas ‘deixai-os’, e põe fim à maldade; sejam ineficazes suas maquinações; o que significa também pedir por eles, para que nunca mais progridam na maldade. “‘Por causa do número de seus crimes, rejeitai-os, pois é contra vós que se revoltaram’. Ou seja: ‘Nada do que me fizeram me preocupa, mas que sofro em favor de tuas coisas’. Certamente, isso é o melhor da alma sábia: não combater pelas coisas próprias, mas ‘vingar-se’ com veemência dos que se insurgem contra Deus. Muitos fazem o contrário, pois desprezam as coisas de Deus; não assim os santos, que eram ‘vingadores’ tenazes dos que se opunham a Deus, desprezando o seu próprio interesse”
São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 5, 6, 6-7

“Regozijam-se, pelo contrário, os que em vós confiam, permanecem para sempre na alegria. Protegei-os e triunfarão em vós os que amam vosso nome”
Salmo 5, 12

“‘Regozijam-se os que em vós confiam’, que provaram quão suave é o Senhor. ‘Permanecem para sempre na alegria’. Haverá, portanto, eterna exultação quando os justos se tornarem templo de Deus e for sua alegria aquele que neles habita. ‘E triunfarão em vós os que amam vosso nome’, tendo presente para sua fruição o bem que amam. E com razão se diz ‘em vós’, enquanto são possuidores da herança referida no título do Salmo, e eles mesmos constituem a herança daquele a quem alude a palavra ‘permanecem para sempre na alegria’. Deste bem acham-se privados os que Deus repele por seus numerosos crimes”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 16

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.