Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 5, 1-3. Cita textos de Santo Agostinho, Santo Atanásio e São João Crisóstomo:

Os salmos na nossa vida – Salmo 5 – Oração da manhã

“Ao mestre de canto. Com flautas. Salmo de Davi”
Salmo 5,1

“Na Escritura, não busco o encanto ou a sedução, mas a utilidade da alma… Assim como uma boa flauta unifica e harmoniza perfeitamente todos os sons, do mesmo modo exige a razão que os diversos movimentos da alma, como o pensamento, o desejo e a cólera sejam a origem das distintas atividades do corpo, de modo que o agir do homem não seja desarmônico, conflitante consigo mesmo, pensando muito bem e agindo muito mal. Por exemplo, Pilatos que disse: ‘Nenhum delito encontrei nele para condená-lo à morte’ (Jo 18, 38), porém agiu segundo o querer dos judeus; ou que, desejando agir mal, estejam impossibilitados de fazê-lo, como os anciãos de Suzana (cf. Dn 13); ou que, sem adulterar seja ladrão, ou, sem ser ladrão, seja homicida, ou, sem ser assassino seja blasfemo”
Santo Atanásio (295-373)
Carta a Marcelino sobre a interpretação dos Salmos, 17

“Senhor, ouvi minhas palavras, escutai meus gemidos”
Salmos 5,2

“‘Senhor, ouvi minhas palavras’. Aquela que é chamada (a Igreja) invoca o Senhor para que, auxiliada por Ele, vá além da maldade deste século e chegue até Ele. ‘Escutai meus gemidos’. Mostra muito bem qual é este clamor, que chega a Deus do íntimo do coração, sem ruído material; pois a voz corporal é ouvida, a espiritual, porém, é entendida. Este é também o modo de Deus ouvir, não com ouvido carnal, mas pela presença de sua majestade”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 2

“‘Senhor, ouvi minhas palavras’. Chama senhor ao esposo, o que é próprio de uma esposa discreta. Porque se isso se faz entre os que são da mesma natureza, e a esposa chama senhor ao marido, muito mais entre Cristo e a Igreja, da qual também é Senhor por natureza. Porém, chama-o Senhor não apenas como esposo, mas como Soberano, fazendo-O favorável à súplica… ‘Escutai meus gemidos’. Esse clamor não se refere ao tom da voz, mas à intenção da mente”
São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 5, 2

“Atendei à voz de minha prece, ó meu rei, ó meu Deus”
Salmos 5,3

“‘Atendei à voz de minha prece’, voz suplicante a Deus, para que a escute. O salmista já insinuará qual é, dizendo: ‘Escutai meus gemidos. Atendei à voz de minha prece, ó meu rei, ó meu Deus’. O Filho é Deus, o Pai é Deus, e o Pai e o Filho simultaneamente são um só Deus; e se interrogarmos a respeito do Espírito, só obteremos a resposta de que é Deus. Se nomearmos juntos o Pai e o Filho e o Espírito Santo, não entendamos senão um só Deus. No entanto, a Escritura costuma dar ao Filho o nome de rei. Segundo, pois, a palavra: ‘Por mim se vai ao Pai’ (Jo 14, 6), com acerto se diz primeiro: ‘meu rei’, e em seguida: ‘meu Deus’. Também não disse: Ficai atentos, mas: ‘Atendei’. A fé católica não anuncia dois ou três deuses, e sim a Trindade, um só Deus; nem que a mesma Trindade possa uma vez ser o Pai, outra o Filho, outra o Espírito Santo, como Sabélio opinou; mas, que o Pai é só Pai, o Filho é só Filho e o Espírito Santo é só Espírito Santo, e esta Trindade é um só Deus. Quando o Apóstolo dizia: ‘Tudo é dele, e por ele e para ele’ (Rm 11, 36), acredita-se que aludia à própria Trindade. E não acrescentou: A eles a glória, e sim: ‘A ele a glória’”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 3

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.