Dom José Francisco Falcão de Barros reflete o Salmo 4, 1-9. Cita textos de Santo Agostinho e Dídimo:
Os salmos na nossa vida
Salmo 4 – Oração da noite
1.Ao mestre de canto. Com instrumentos de corda. Salmo de Davi.
2.Quando vos invoco, respondei-me, ó Deus de minha justiça, vós que na hora da angústia me reconfortastes. Tende piedade de mim e ouvi minha oração.
3.Ó poderosos, até quando tereis o coração endurecido, no amor das vaidades e na busca da mentira?
4.O Senhor escolheu como eleito uma pessoa admirável, o Senhor me ouviu quando o invoquei.
5.Tremei, mas sem pecar; refleti em vossos corações, quando estiverdes em vossos leitos, e calai.*
6.Oferecei vossos sacrifícios com sinceridade e esperai no Senhor.
7.Dizem muitos: “Quem nos fará ver a felicidade?”. Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz de vossa face.
8.Pusestes em meu coração mais alegria do que quando abundam o trigo e o vinho.
9.Apenas me deito, logo adormeço em paz, porque a segurança de meu repouso vem de vós só, Senhor.
Salmo 4,1-9
Este Salmo é um hino cantado com acompanhamento de instrumento, isto é, da lira e do saltério. Segundo o sentido espiritual e anagógico, o poema é uma contemplação da verdade que se realiza não apenas na mente, mas também na música, segundo uma harmonia bem-disposta. O Salmo denomina ações que se realizam segundo uma razão justa: canta-o que segue uma vida reta, canta-o quem segue uma vida de contemplação
Dídimo, o Cego (313-398)
Fragmentos sobre os Salmos, 4
Prólogo
“Vejamos este Salmo como palavras do homem-Senhor, após a ressurreição, ou na Igreja, do homem que nele crê e espera”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 4, 1
“Quando vos invoco, respondei-me, ó Deus de minha justiça, vós que na hora da angústia me reconfortastes. Tende piedade de mim e ouvi minha oração”
Salmos 4, 2
“Quando vos invoco, respondei-me, ó Deus de minha justiça”. Ao invocá-lo, ouviu-me Deus, do qual procede a minha justiça. “Vós que na hora da angústia me reconfortastes”. Das angústias da tristeza conduziste-me à amplidão das alegrias. “Tribulação e angústia para todo aquele que pratica o mal” (Rm 2, 9). Mas quem declara: “Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança”, até o trecho: “Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 3.5), não sente angústia no coração, embora os perseguidores a incutam de fora…
Isto bem se aplica àquele que, acreditando em Cristo, foi iluminado. Não vejo, porém, como possa convir ao homem-Senhor, assumido pela Sabedoria de Deus, pois não foi em tempo algum abandonado por ela. Mas, como a sua própria súplica é antes indício de nossa fraqueza, assim deste repentino alívio do coração pode o mesmo Senhor falar em lugar dos fiéis, cujas vezes ele fez também quando disse: “Tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber” (Mt 25, 35) etc.
Por isso, igualmente, pode dizer aqui, “me reconfortastes”, em lugar de um dos pequeninos que são seus, dirigindo-se a Deus, cuja caridade foi difundida em seu coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado. “Tem piedade de mim e ouvi minha oração”. Por que roga novamente, se já declarou que foi ouvido e aliviado? Será por nossa causa, uma vez que foi declarado: “E se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos” (Rm 8,25), ou para que se complete no fiel o que foi começado?”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 4, 2
Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.
“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.
A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.