Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 3, versículos 5 e 6. Cita Santo Agostinho e Teodoro de Mopsuestia:

“Apenas elevei a voz para o Senhor, ele me responde de sua montanha santa.”
Salmo 3,5

“Elevei a voz para o Senhor”. Não a voz do corpo, que se emite golpeando ruidosamente o ar, mas a do coração, silenciosa perante os homens, todavia clamorosa diante de Deus. Por meio desta voz, Susana foi atendida (cf. Dn 13, 44). Com tal voz, o próprio Senhor ordenou que se ore de portas fechadas, isto é, no segredo do coração, sem ruído (cf. Mt 6, 6). Não é exata a afirmação de que rezamos menos quando nenhuma palavra proferimos corporalmente, porque se rezarmos no coração calados, mas com pensamentos interpostos, alheios ao afeto do orante, ainda não podemos dizer: “Elevei a voz para o Senhor”. Tem o direito de proferi-lo apenas a alma que, sozinha, e sem levar para a oração nada de carnal e de preocupações materiais, falar ao Senhor lá onde só ele ouve. Isso se chama clamor, devido a sua intensidade. “Ele me responde de sua montanha santa”. O profeta dá ao Senhor o nome de montanha, na passagem onde está escrito que a pedra deslocada, sem intervenção de mão alguma, cresceu até o tamanho de uma montanha (cf. Dn 2, 35). Mas isto não se pode referir a sua pessoa, a menos que tenha querido afirmar: De mim, como de seu monte santo, ouviu-me, desde que habitava em mim, isto é, na própria montanha. Seria, contudo, mais simples e fluente entender que Deus o ouviu por causa de sua justiça; pois era justo que Deus ressuscitasse dos mortos o inocente, ao qual o bem fora retribuído com o mal, e desse aos perseguidores a condigna paga. Lemos, de fato: “A tua justiça é como as montanhas de Deus” (Sl 35,7)».
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 4

“A fé que é muito forte não permite hesitações em buscar a ajuda de Deus para si mesma, e se aproxima com confiança para fazer a sua súplica”.
Teodoro de Mopsuestia (350-428)
Comentário aos Salmos, 3, 6

“Eu, que me tinha deitado e adormecido, levanto-me, porque o Senhor me sustenta”
Salmo 3,6

“Eu, que me tinha deitado e adormecido”. Pode-se observar com acerto ter sido escrito “eu” para denotar ter ele suportado a morte voluntariamente, segundo a palavra: “O Pai me ama, porque dou a minha vida para retomá-la. Ninguém ma arrebata, mas eu a dou livremente. Tenho poder de retomá-la” (Jo 10, 17.18). Não fostes vós, disse ele, que me prendestes e matastes contra a minha vontade, mas “Eu, que me tinha deitado e adormecido, levanto-me, porque o Senhor me sustenta”. Inumeráveis passagens das Escrituras trazem sono ao invés de morte, segundo diz também o Apóstolo: “Irmãos, não queremos que ignoreis o que se refere àqueles que adormeceram” (1Ts 4, 12)… Com acerto, interpreta-se “adormeci, caí em sono profundo” da seguinte maneira: Permiti que me sobreviesse a paixão e se seguisse a morte».
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 5

“Os oráculos dos Salmos também não deixaram de fazer menção da ressurreição. Que outra coisa é o que se canta no Salmo terceiro, acerca da sua Pessoa: “Eu, que me tinha deitado e adormecido, levanto-me, porque o Senhor me sustenta” (v. 6). Haverá alguém tão despido de senso que julgue que o Profeta nos quis referir como alguma coisa de grande o ter adormecido e o ter-se levantado, se este sono não era a morte e o despertar a ressurreição, que convinha assim profetizar, de Cristo?”
Santo Agostinho (354-430)
A Cidade de Deus, 17, 18, 1

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.