Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 3. Oração da manhã – confiança na adversidade. Cita o versículo 1 e textos de Santo Agostinho e São Jerônimo:

Salmo de Davi, quando fugia de Absalão, seu filho.
Salmo 3,1

“A locução: ‘Eu, que me tinha deitado e adormecido, levanto-me, porque o Senhor me sustenta’ persuade-nos a aplicar este Salmo à pessoa de Cristo. De modo mais adequado, refere-se à paixão e ressurreição do Senhor do que à história de Davi a fugir do filho, em guerra contra ele (cf. 2Sm 15, 17). Estando escrito a respeito dos discípulos de Cristo: ‘Os amigos do esposo não jejuam enquanto o esposo está com eles’ (Mt 9, 15), não é de admirar que esse filho desnaturado represente o discípulo impiedoso que o traiu. Embora seja possível o sentido histórico relativo à fuga de Cristo da presença do traidor, quando havendo Judas saído ele se apartou com os demais para o monte, no entanto, espiritualmente o Filho de Deus, isto é, a virtude e a sabedoria de Deus, abandonou o espírito de Judas e o diabo o invadiu totalmente, conforme está escrito: ‘O diabo entrou em seu coração’ (Jo 13, 2).

Com razão, entende-se ter Cristo fugido dele. Não quer dizer que Cristo cedeu ao diabo, mas quando Cristo se afastou, o diabo se apossou de Judas. Penso que neste Salmo seu afastamento se denomina fuga por causa da pressa com que se realizou. A palavra aparece na declaração do Senhor: ‘Faze depressa o que tens de fazer’ (Jo 13, 27). Nós também costumamos dizer: Fugiu-me, quando não nos lembramos de alguma coisa; e de um homem muito douto afirmamos: Nada lhe escapa. A verdade, portanto, fugiu da mente de Judas, ao deixar de iluminá-lo.

O nome de Absalão, na opinião de alguns, se traduz por: paz do pai. Pode causar estranheza o significado de paz do pai, seja na história dos Reis, onde vemos Absalão guerreando contra o pai, seja na história do Novo Testamento, pois Judas traiu o Senhor. Mas, lendo com atenção, verifica-se que naquela guerra Davi foi pacífico em relação ao filho, cuja morte chorou com grande dor, exclamando: “Absalão, meu filho, por que não morri eu em teu lugar!” E na história do Novo Testamento, embora estivesse o traidor agitado pela luta interna de um desígnio criminoso, bem se percebe ter nosso Senhor lhe oferecido a paz, por meio daquela tão grande e admirável paciência, com a qual por tanto tempo o suportou, como se fosse homem de bem, apesar de não ignorar seus planos, e quando o admitiu à ceia, onde lhe confiou e entregou aos discípulos o mistério de seu corpo e de seu sangue, e finalmente recebeu um beijo no próprio ato da traição (Mt 26,49). Absalão é paz do pai, porque o pai possuía a paz; ele, não”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 1

“Este Salmo pode referir-se a Davi ou a Cristo e, através dele, a todos os santos”
São Jerônimo (342-420)
Fragmentos seletos do Saltério, 3

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.