Dom José Francisco Falcão de Barros
começa refletir o Salmo 1,2-3 e cita textos de Santo Agostinho, Santo Hilário de Poitiers e São Jerônimo:

Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita Sua lei dia e noite
Salmo 1,2

“‘A Lei não é destinada ao justo’, diz o Apóstolo (1Tm 1,9). É diferente estar dentro da Lei e estar sob a Lei. Quem se acha dentro da Lei, age conforme a Lei; quem está sob a Lei é coagido por ela. O primeiro é livre, o segundo é escravo. Por conseguinte, uma coisa é a Lei escrita, imposta ao escravo, e outra a Lei apreendida pelo intelecto de quem pode dispensar a letra. ‘Medita sua Lei dia e noite’, sem interrupção; ou então, por ‘dia’ entende-se a alegria e, por ‘noite’, as tribulações. Pois, foi dito: ‘Abraão exultou por ver o meu dia’ (Jo 8, 56); e diz-se da tribulação: ‘Até de noite adverte-me o coração’ (Sl 15, 7).

Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 1,2

“A meditação da Lei não consiste nas palavras que lemos, mas na piedade religiosa que praticamos com as obras. Não pensamos simplesmente nos livros das Escrituras, mas meditamos com os fatos e na realidade os preceitos contidos nas Escrituras e nos livros, e exercitamo-nos na Lei com as obras do dia e da noite, segundo a palavra do Apóstolo: ‘Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus’” (1Cor 10, 31)

Santo Hilário de Poitiers (315-367)
Comentário aos Salmos, 1, 12

“De minha parte, medito na Lei do Senhor (Sl 1, 2), senão dia e noite, pelo menos em todos os momentos em que me é possível. Para que não venha a esquecer minhas considerações, confio-as à pena esperando da divina misericórdia a perseverança em todas as verdades que eu considerar como certas. Se, porém, cair em erro, ele me esclarecerá (Fl 3, 15), seja mediante inspirações e admoestações íntimas, seja por meio de sua palavra manifesta, seja ainda através de colóquios com os irmãos. Isto peço, e esta determinação e este desejo confio-os ao seu poder, pois Ele é o único capaz de guardar o que me deu e de cumprir o que prometeu”

Santo Agostinho (354-430)
De Trinitate, 1, 3, 5

Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende prospera.
Salmo 1,3

“‘Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes’, isto é, ao lado da própria Sabedoria, que se dignou assumir a natureza humana, para nossa salvação. O próprio homem seria a árvore plantada à beira das águas correntes. Pode-se adotar esta interpretação também para uma passagem de outro Salmo: ‘O rio de Deus encheu-se de água’ (Sl 64, 20). Talvez se refira ao Espírito Santo, conforme a palavra: ‘Ele vos batizará com o Espírito Santo’ (Mt 3, 11). E ainda: ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba’ (Jo 7,37).

“E: ‘Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva, e quem dela beber, nunca mais terá sede. Pois tornar-se-á nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna’ (Jo 4, 10.13.14). Ou talvez, ‘à beira das águas correntes’ (Ap 17, 15), isto é, os pecados dos povos, porque no Apocalipse águas significam os povos. Não é absurdo entender por correntes uma queda, referente a delito. A árvore, a saber, nosso Senhor, ‘dá fruto’, estabelecerá igrejas, formadas de águas correntes, os povos pecadores, que ele atrai ao caminho, às raízes de sua doutrina. ‘Na época própria’, depois de glorificado pela ressurreição e ascensão ao céu”.

“Então Ele produziu o fruto das Igrejas, após ter enviado o Espírito Santo aos Apóstolos, fortificando-lhes a confiança e destinando-os aos povos. ‘Sua folhagem não murchará’, sua palavra não será vã, ‘toda carne é feno e toda a sua graça como a flor do feno; secou o feno murchou a flor, mas a palavra do Senhor subsiste para sempre’ (Is 40, 6-8). ‘Tudo o que empreende prospera’, tudo o que aquela árvore produzir. Tudo, frutos e folhas, isto é, obras e palavras”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 1, 2

“Essa árvore produz duas coisas: frutos e folhas. O fruto é o significado que se esconde nas Escrituras; as folhas, as palavras puras e simples. O fruto representa o significado; as folhas representam as palavras. Portanto, quem lê as Escrituras como os judeus chega apenas nas folhas; mas quem busca o seu significado profundo, recolhe os frutos”

São Jerônimo (347-420)
Homilias sobre os Salmos, 1, 3

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.