Frei Gilson e Dom José Falcão refletem ainda sobre as fases da transmissão do Evangelho:

TERCEIRA FASE
“A instrução primitiva feita primeiro oralmente foi depois consignada por escrito – efetivamente aconteceu que muitos tentaram ordenar a narração dos fatos (Lc 1,1) referentes ao Senhor Jesus – , os autores sacros a consignaram nos quatro Evangelhos para o bem da Igreja com um método correspondente ao fim que cada um se propunha. Algumas coisas escolheram, outras compuseram em síntese, desenvolveram alguns elementos em vista da situação de cada igreja, buscando por todos os meios que os leitores conhecessem a boa fundamentação de quanto lhes era ensinado (cf. Lc 1,4). Na verdade, dentre todo o material de que dispunham, os hagiógrafos escolheram de maneira a corresponder àquelas condições e àquele fim. Ora, dependendo do sentido de um enunciado do contexto, deve-se pensar que quando os evangelistas ao referir os ditos e fatos do Salvador apresentam contexto diversos, assim fizeram para a utilidade dos leitores”.
Pontifícia Comissão Bíblica
Instrução “Sancta Mater Ecclesia”
21/04/1964, n. 2

“Muitos empreenderam compor uma história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram aqueles que foram desde o princípio testemunhas oculares e que se tornaram ministros da palavra”.
Lucas 1, 1-2

“Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel”.
Lucas 2, 29-32

“Agora, a respeito das coisas que me escrevestes. Penso que seria bom ao homem não tocar mulher alguma”.
1 Coríntios 7, 1

“Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, liber­tinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!”
Gálatas 5, 19-21

“Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há Lei”.
Gálatas 5, 22-23

“É bastante provável que cada evangelista se tenha julgado no dever de narrar, com aquela ordem que Deus queria sugerir à sua memória, aquelas coisas que narrava, pelo menos naquilo em que a ordem, seja qual for, nada tira da autoridade e da verdade evangélica. Uma vez que o Espírito Santo, distribuindo os seus dons a cada um como lhe apraz (cf. 1Cor 12,11), e, por isso, também orientando e dirigindo a mente dos santos com o fim de colocar os livros numa tão alta culminância de autoridade, ao relembrar as coisas a serem escritas, tenha permitido que cada um dispusesse a narrativa a seu modo, todo aquele que com pia diligência o procure poderá descobri-lo com a ajuda divina”.
Santo Agostinho (354-430)
De Consensu Evangelistarum, 2, 21.51s (PL 34, 1102)