Frei Gilson e Dom José Falcão refletem sobre a ação do Espírito Santo que nos ajuda a entender as Escrituras:

12.Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. 13.Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ele vos ensinará toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e vos anunciará as coisas que virão. 14.Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15.Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”
João 16,12-15

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo. Sou objeto de contínua irrisão, e todos zombam de mim.
Jeremias 20,7

“Senhor, que és Deus, e não carne e sangue (Mt 16, 17), se o homem nem tudo pôde ver completamente, poderia acaso teu bom Espírito — que me conduzirá à terra da retidão (cf. Sl 142, 10) — desconhecer algo do que irias revelar naquelas palavras aos futuros leitores? E isso, embora aquele, pelo qual foram pronunciadas, não as entendesse a não ser num só dos muitos sentidos verdadeiros? Se assim é, o sentido por ele escolhido é o mais nobre. Revela a nós, Senhor, esse significado ou qualquer outro que seja verdadeiro, que mais te agrade. Assim, mostrando-nos o mesmo significado revelado ao teu servo, ou qualquer outro, nas mesmas palavras, tal significado nos alimente o espírito e o preserve do erro. Eis, Senhor meu Deus, quanta coisa escrevi, quanta coisa sobre tão poucas palavras. Neste ritmo, como terei forças e tempo para examinar todos os teus livros? Permite-me tornar mais breves minhas confissões, e faze-me escolher um sentido que me inspires e que seja verdadeiro, seguro e bom, entre tantos outros que poderiam igualmente apresentar-se ao meu espírito. E assim, nesta fiel confissão, se eu vier a exprimir o mesmo sentido que o teu servo entendeu manifestar, que eu o faça de modo justo e exato. É para isso que me esforçarei. Se não o conseguir, possa ao menos expor o que a tua verdade desejou comunicar-me através das palavras dele, como ela mesma quis revelar a ele».
Santo Agostinho (354-430)
Confissões,12, 31, 43

O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se o não tivesses recebido?
1 Coríntios 4,7

“Se, ao lermos, encontrarmos alguns escritos, e dentre eles os divinos, que tratam de coisas obscuras e ocultas aos nossos sentidos, e salvaguardando a nossa fé, da qual nos alimentamos, podemos descobrir várias significados. Não nos apeguemos a nenhum deles com precipitada firmeza para não cairmos em erro; pois, talvez mais tarde, quando a verdade for examinada com mais diligência, essa sentença cairá por completo. Não lutamos pela sentença da Escritura divina, mas pela nossa própria, querendo que a nossa seja a da Escritura divina, quando antes deveríamos querer que a da Escritura seja a nossa”
Santo Agostinho (354-430)
De Genesi ad litteram, 1, 18, 37

15.Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?” 16.Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”. 17.Jesus, então, lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus”
Mateus 16,15-17

22.Pedro, então, começou a interpelá-lo e protes­tar nestes termos: “Que Deus não permita isso, Senhor! Isso não te acontecerá!”. 23.Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: “Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”
Mateus 16,22-23