Dom José Falcão faz uma reflexão sobre o fardo de Cristo e cita os seguintes textos:

O FARDO DE CRISTO

Is 53, 3-5: Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.

Mt 11, 28-30: Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.

QUAL É O NOSSO FARDO?

São Gregório Magno (540-604), Moralia, 30: «É, certamente, um jugo cruel e um duro peso da servidão estar submetido às coisas temporais, ambicionar as terrenas, reter as que morrem, querer estar no que é instável, apetecer o que é passageiro e não querer passar com aquilo que passa. Porque quando, contra a nossa vontade, essas coisas, que primeiro afligiam nossa alma com desejo de possuí-las, desaparecem, passam a nos atormentar com o medo de perdê-las».

Santo Agostinho (354-430), Sermão 70A, 1: «Todo o que se afadiga e anda sobrecarregado, procura o alívio e deseja o descanso E quem é que não se afadiga neste mundo? Digam-me quem é que não se afadiga, quer trabalhando, quer pensando. Afadiga-se o pobre no trabalho, afadiga-se o rico nos pensamentos. O pobre quer ter o que não tem e afadiga-se; o rico, temendo perder o que tem e querendo aumentar o que tem, afadiga-se ainda mais. Todos transportam os seus fardos, que são todos os seus pecados, com os quais a soberba cerviz se vê oprimida».

2Cor 4, 8-11: Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo. Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal.

QUAL É O FARDO QUE CRISTO NOS DÁ?

Santo Agostinho (354-430), Sermão 68, 13: «No ponto onde ouvistes o meu fardo é leve…, não digais para vós mesmos: “Como é que pode ser leve a carga de Cristo?”… Esta é a carga que Cristo se digna impor-nos. Chama-se caridade, diz-se caridade, designa-se amor. Tudo o que até agora foi muito fatigante, tornar-se-á para ti coisa fácil por meio da caridade. Por meio dela, tudo o que supunhas pesado tornar-se-á leve. Aceita esta carga: ela não te oprimirá, mas elevar-se-á».

 

Ecclesia:
O Ecclesia é um programa de catequese que aborda temas relacionados a doutrina e a fé da Igreja Católica.
A partir da história da Igreja, procura-se desvendar os mistérios da fé, dialogando sobre a doutrina, vida dos santos, dogmas, devoções e as principais festas do calendário litúrgico.
É um programa para todo católico aprender e aprofundar seus conhecimentos no mistério divino, a fim de viver de fato a Igreja católica.

 

Programa inédito: terça, 19h30.
Reprise: domingo, 9h30 e 19h.