Dom José Francisco Falcão de Barros reflete o Salmo 5, 10-12. Cita textos de Santo Agostinho e São João Crisóstomo:
Os salmos na nossa vida – Salmo 5 – Oração da manhã
“Regozijam-se, pelo contrário, os que em vós confiam, permanecem para sempre na alegria. Protegei-os e triunfarão em vós os que amam vosso nome.”
Salmo 5, 12
“‘Regozijam-se, os que em vós confiam’. Vê o benefício da oração: aqueles tornar-se-ão melhores e se absterão da maldade; outros também se beneficiarão do intenso júbilo, ao ver a conversão daqueles, a sua conversão, e a outros que, por ela, também mudarão de vida. ‘Permanecem para sempre na alegria’. Este é o gozo mais duradouro; os demais prazeres não são mais estáveis que os rios que passam, pois quando são vistos logo passam; porém, a alegria que vem de Deus permanece, enraíza-se, é fértil e duradoura; não cessa com nenhuma circunstância inesperada, torna-se mais firme nas aflições. Também os Apóstolos foram açoitados e se alegravam (cf. At 16, 23); Paulo era maltratado e exultava; estava prestes a morrer e exortava os seus companheiros de gozo, dizendo: ‘Ainda que tenha de derramar o meu sangue sobre o sacrifício em homenagem à vossa fé, eu me alegro e vos felicito. Vós outros, também, alegrai-vos e regozijai-vos comigo’” (Fl 2, 17-18)
São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 5, 6, 8-9
“Pois, vós, Senhor, abençoais o justo; vossa benevolência, como um escudo, o cobrirá.”
Salmo 5, 13
“‘Pois vós, Senhor, abençoais o justo’. A bênção consiste em gloriar-se em Deus e ter a Deus habitando em si. Esta santificação é concedida aos justos; mas para que se justifiquem precede o chamado, proveniente não dos méritos e sim da graça de Deus. ‘Todos pecaram e estão privados da glória de Deus’ (Rm 3, 23). ‘Os que chamou, também os justificou; e os que justificou, também os glorificou’ (Rm 8, 30). Uma vez que o chamado não deriva de nossos méritos, mas da benevolência e misericórdia de Deus, acrescentou: ‘Senhor, como um escudo, nos cercaste de benevolência’. A boa vontade de Deus precede a nossa, chamando os pecadores à penitência. Tais armas vencem o inimigo, contra o qual se diz: ‘Quem acusará os eleitos de Deus?’ e: ‘Se Deus está conosco, quem estará contra nós’ (Rm 8, 31.33). ‘Se quando éramos inimigos, Cristo morreu por nós, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos da ira por ele’” (Rm 5, 9.10). Eis o escudo invencível, que repele o inimigo a sugerir desespero da salvação, através de multidão de tribulações e tentações”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 17
“‘Pois vós, Senhor, abençoais o justo’. Que prejuízo pode sofrer, mesmo que seja desprezado pelos homens e por todo o mundo, se o Senhor dos anjos o eleva e proclama? Da mesma forma, se Ele não o abençoa, ainda que todos os que vivem no mar ou na terra o elevassem, nada lhe aproveitaria. Certamente, isto é o que sempre temos que considerar: que Ele mesmo nos proclame e coroe. E se faz isto, seremos os mais felizes de todos, mesmo que nos encontremos na pobreza, enfermidade e males extremos”
São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 5, 6, 2
“‘Regozijam-se os que em vós confiam’, que provaram quão suave é o Senhor. ‘Permanecem para sempre na alegria’. Haverá, portanto, eterna exultação quando os justos se tornarem templo de Deus e for sua alegria aquele que neles habita. ‘E triunfarão em vós os que amam vosso nome’, tendo presente para sua fruição o bem que amam. E com razão se diz ‘em vós’, enquanto são possuidores da herança referida no título do Salmo, e eles mesmos constituem a herança daquele a quem alude a palavra ‘permanecem para sempre na alegria’. Deste bem acham-se privados os que Deus repele por seus numerosos crimes”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 16
“Todo o texto do salmo, portanto, é uma oração para ser ouvida, desde: ‘Senhor, ouvi minhas palavras’ até: ‘ó meu rei, ó meu Deus’. Em seguida, a explanação dos impedimentos à visão de Deus, para o salmista saber que a oração foi ouvida, desde: ‘É a vós que eu invoco, Senhor, desde a manhã; escutai a minha voz’ até: ‘O homem cruel e doloso vos é abominável, ó Senhor’. Em terceiro lugar, o salmista espera que haverá de estar futuramente na casa de Deus e agora se aproxima com temor, antes da consumação, que há de lançar fora o temor, desde a passagem: ‘Mas eu, graças à vossa grande bondade’ até: ‘Prostrar-me-ei em vosso santuário, com o respeito que vos é devido, Senhor’. Em quarto lugar, entre obstáculos palpáveis, o salmista, progredindo e adiantando-se, reza para ser ajudado no seu íntimo, que nenhum homem vê, para não se deixar arrastar pelas más línguas, e isto de onde está escrito: ‘Conduzi-me pelas sendas da justiça, por causa de meus inimigos’ até: ‘Porque em seus lábios não há sinceridade’. Em quinto lugar, é profecia a respeito do castigo reservado aos ímpios, do qual o justo escapará com dificuldade, e do prêmio a ser obtido pelos justos, que sendo chamados vieram e tudo suportaram virilmente até chegarem ao termo, desde: ‘Deixai-os, Senhor’, até o fim do Salmo”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 18
Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.
“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.
A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.