Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 5, 8-10. Cita textos de Santo Agostinho e São João Crisóstomo:

Os salmos na nossa vida – Salmo 5 – Oração da manhã

“Mas eu, graças à vossa grande bondade, entrarei em vossa casa. Prostrar-me-ei em vosso santuário, com o respeito que vos é devido, Senhor”.
Salmo 5, 8

“‘Prostrar-me-ei em vosso santuário, com o respeito que vos é devido, Senhor’, quer dizer, perto do templo… Entenda-se não se tratar da perfeição, mas do progresso no caminho da perfeição… Naquele que a alcançar, realizar-se-á o que foi dito: ‘O perfeito amor lança fora o temor’ (1Jo 4, 18), pois já não temem o amigo aqueles aos quais foi dito: ‘Não mais vos chamo servos, mas eu vos chamo amigos’ (Jo 15, 15), quando tiverem obtido o que lhes fora prometido”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 9

“Conduzi-me pelas sendas da justiça, por causa de meus inimigos; aplainai, para mim, vosso caminho”
Salmo 5, 9

“‘Conduzi-me pelas sendas da justiça, por causa de meus inimigos’. O salmista assaz declarou estar a caminho, isto é, progredindo em direção à perfeição, não ainda na própria perfeição, enquanto ainda deseja ardentemente ser conduzido até ela. ‘Pelas sendas da justiça’, não naquela que imaginam os homens. Pagar o mal com o mal, parece justiça; mas não é a justiça de Deus, de quem se disse: ‘Faz nascer o sol igualmente sobre os maus e os bons’” (Mt 5, 45).

“Ao punir os pecadores, Deus não lhes inflige mal proveniente de si próprio, mas abandona-os aos males derivados deles mesmos: ‘Eis que o mau gerou a injustiça, concebeu o trabalho e pariu a iniquidade. Abriu uma fossa, escavou-a e cairá na fossa que abriu. Seu trabalho recair-lhe-á na própria cabeça e a sua maldade descer-lhe-á sobre a fronte’” (Sl 7, 15-17).

“Quando Deus castiga, pune como faz o juiz àqueles que menosprezam a lei, não lhes infligindo por si mesmo o mal, mas expulsando-os para o lugar de sua própria escolha, a fim de que se consuma a miséria em grau extremo. O homem, porém, ao pagar o mal com o mal, levado por mau desejo, já se tornou mau, querendo punir o mal”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 5, 10

“‘Conduzi-me pelas sendas da justiça’. Vejamos o que ele pede: é, por acaso, algo mundano? É algo perecível? É algo que se dilui? Trata-se de riqueza, glória, poder ou vergonha dos inimigos? Nada disso! Então é o que? ‘Conduzi-me pelas sendas da justiça, por causa de meus inimigos’. Vês como não pede nada caduco e como implora o auxílio do alto?”

“Os que buscam esse caminho necessitam totalmente dessa ajuda. Aqui chama à justiça virtude universal… Existe também uma justiça humana, a das leis externas, porém, das pessoas, que nada tem de perfeito e absoluto, formada de raciocínios humanos”.

“Ao contrário, eu peço tua justiça, a anunciada por ti, a que leva para o céu e a que ajuda, para que aquela obtenha a justiça… ‘Aplainai, para mim, vosso caminho’, ou seja, torna-o claro, evidente e compreensível: torna-o uma linha reta para mim”
São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 5, 6

“Porque em seus lábios não há sinceridade, seus corações só urdem projetos ardilosos. A garganta deles é como um sepulcro escancarado, com a língua distribuem lisonjas”
Salmo 5, 10

“‘Porque em seus lábios não há sinceridade, seus corações só urdem projetos ardilosos’. Parece-me que diz essas coisas a respeito dos que se mantêm no erro, acusando sua boca e sua mente, que estão privadas de todo bem, e em relação aos que vivem na malícia”.

‘A garganta deles é como um sepulcro escancarado’. Diz isso do sanguinário ou dos que proferem sentenças mortas e fétidas. Ninguém se equivocaria se também chamasse sepulcro escancarado as bocas dos que pronunciam sentenças vergonhosas”.

“De fato, essa boca é muito mais difícil de suportar que a fetidez sensível, porque nasce de uma alma podre; ademais, essa boca é própria dos avaros, pois nada de sensato eles oferecem, exceto crimes e roubos. Assim, portanto, não seja tua boca um sepulcro, mas um tesouro”.

“Os tesouros, certamente, diferem em muito dos sepulcros, já que aqueles não corrompem o que guardam, antes o conservam. Tem, portanto, também a riqueza da sabedoria que sempre permanece, e não algo fétido e podre. E não disse simplesmente “sepulcro”, mas “escancarado”, para indicar também o que constitui a maior náusea”
São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 5, 6, 3-4

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.