Frei Gilson e Dom José Falcão refletem sobre as fases da transmissão do Evangelho:

“Minha saudação, de próprio punho: PAULO. Lembrai-vos das minhas cadeias. A graça esteja convosco”
Colossenses 4, 18

“A saudação vai de meu próprio punho: PAULO. É esta a minha assinatura em todas as minhas cartas. É assim que eu escrevo. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós”
II Tessalonicenses 3, 17-18

“Mas, ainda que alguém – nós ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema. Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado”
Gálatas 1, 8-96

“Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado?”
Gálatas 3, 1

PRIMEIRA FASE
“Cristo Nosso Senhor escolheu discípulos (cf. Mc 3,14; Lc 6,13), que o acompanharam desde o início (cf. Lc 1,2; At 1,21-22), viram suas obras, ouviram suas palavras, estando assim em condições de tornarem-se testemunhas de sua vida e de seu ensinamento (cf. Lc 24,48; Jo 15,27; At 1,8; 10,39; 13,31). O Senhor quando expunha de viva voz sua doutrina seguia as formas de pensamento e de expressão então usuais, adaptando-se assim à mentalidade dos ouvintes e fazendo com que seu ensino se imprimisse firmemente na memória deles e pudesse ser guardado com facilidade pelos discípulos. Estes perceberam bem os milagres e os demais acontecimentos da vida de Jesus como fatos operados e dispostos com a finalidade de levar à fé em Cristo e de aceitar com fé sua mensagem de salvação”
Pontifícia Comissão Bíblica
Instrução “Sancta Mater Ecclesia”
21/04/1964, n. 2

Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas
Mateus 7, 28-29

SEGUNDA FASE
“Os Apóstolos anunciavam antes de tudo a morte e a ressurreição do Senhor, dando testemunho de Jesus (cf. Lc 24,44-48; At 2,32; 3,15; 5,30-32), narravam fielmente sua vida, repetiam suas palavras (cf. At 10,36-41), tendo presentes ao pregar as exigências dos diferentes ouvintes (cf. At 13,16-41; 17,22-31). Depois que Jesus ressuscitou dos mortos e sua divindade apareceu de modo claro (cf. At 2,36; Jo 20,28), a fé não somente conservou a memória dos acontecimentos, mas a consolidou, porquanto aquela fé se fundava sobre aquilo que Jesus tinha feito e ensinado (cf. At 2,22; 10,37-39). Em razão do culto com o qual em seguida os discípulos honraram a Jesus como Senhor e filho de Deus, não se verificou uma sua transformação em pessoa ‘mítica’, nem uma deformação da sua doutrina… Constantes no ministério da palavra (At 6,4), pregaram usando modos de expor adaptados ao seu fim específico e à mentalidade dos ouvintes; porquanto eram devedores (cf. 1Cor 9,19-23) aos gregos e aos bárbaros, aos sábios e aos ignorantes’ (Rm 1,14). Com efeito, podemos distinguir na pregação que tinha por tema Cristo: catequeses, narrações, testemunhos, hinos, doxologias, preces e outras semelhantes formas literárias, que aparecem na sagrada Escritura e estavam em uso entre os homens daquele tempo”
Pontifícia Comissão Bíblica
Instrução “Sancta Mater Ecclesia”
21/04/1964, n. 2