Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 3, versículos 7 e 8. Cita textos de Santo Agostinho, São Jerônimo e Mateus 27,39-42:

“Nada temo diante desta multidão de povo, que de todos os lados se dirige contra mim”
Salmo 3,7

“Nada temo diante desta multidão de povo”. Consta no Evangelho ter sido grande a multidão ao redor do Senhor, padecente e crucificado (cf. Mt 27, 39ss).
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 6

Os que passavam o injuriavam, sacudiam a cabeça e diziam: “Tu, que destróis o templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!” Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos também zombavam dele: “Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele!”
Mateus 27, 39-42

“Nada temo diante desta multidão de povo”. Não somente Davi pode dizer isso do exército de Absalão; também pode dizê-lo o Senhor dos judeus que murmuram contra Ele e clamam: “À morte! À morte! Crucifica-o” (Jo 19, 15)
São Jerônimo (342-420)
Fragmentos seletos do Saltério, 3

“Levantai-vos, Senhor! Salvai-me, ó meu Deus! Feris no rosto todos os que me perseguem, quebrais os dentes dos pecadores.”
Salmo 3,8

“Levantai-vos, Senhor! Salvai-me, ó meu Deus”! Não é a um Deus adormecido ou prostrado que se clama: “Levantai-vos”! Mas é costume das Sagradas Escrituras atribuir a Deus aquilo que Ele faz em nós, embora não em todas as passagens, e sim onde tal se pode dizer de maneira conveniente. Por exemplo, diz-se que Ele fala, quando por sua graça falam os profetas, ou os apóstolos, ou algum pregador da verdade. Daí a palavra: “Procurais uma prova de que é Cristo que fala em mim” (2Cor 13, 3). Não declara: Falo quando Ele me ilumina e ordena, mas atribui a própria fala Àquele por cujo dom falava”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 6

“Feris no rosto todos os que me perseguem, quebrais os dentes dos pecadores”, isto é, quebraste os dentes aos pecadores porque feriste a todos os que me hostilizam. O castigo dos inimigos consistiu em terem os dentes quebrados, quer dizer, as palavras dos pecadores, que dilaceravam com injúrias o Filho de Deus, foram anuladas, reduzidas a pó. Por “dentes” entendamos as palavras maldizentes, às quais se refere o Apóstolo: “Mas se vos mordeis, cuidado, não aconteça que vos elimineis uns aos outros” (Gl 5, 15). É possível também dar a “dentes dos pecadores” a acepção de príncipes dos pecadores, por cuja autoridade alguém se separa da sociedade dos honestos e se incorpora de certo modo aos que vivem mal. Opostos a tais “dentes” são os da Igreja, por cuja autoridade os fiéis se apartam do erro dos gentios e de várias seitas e se transferem para a Igreja, Corpo de Cristo. Com estes “dentes”, Pedro recebeu a ordem de comer dos animais imolados (At 10, 13), isto é, de matar nos gentios o que eles eram e transformá-los no que era o próprio Pedro. Destes dentes da Igreja se disse: “Teus dentes são como um rebanho tosquiado que sobe do lavadouro, cada ovelha com seus gêmeos, nenhuma delas sem cria” (Ct 4, 2; 6, 5). São os que mandam com retidão e vivem conforme o que ordenam; praticam o preceito: “Brilhem vossas obras diante dos homens, para que glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 16). Impressionados pela autoridade daqueles, por cujo intermédio Deus fala e opera, os ho mens acreditam; separados do século, ao qual se haviam conformado, passam a ser membros da Igreja. Com razão, esses intermediários chamam-se “dentes” semelhantes a ovelhas tosquiadas: largaram o peso das preocupações terrenas e subindo do lavadouro, da ablução das imundícies do século, pelo sacramento do batismo, dão à luz gêmeos. Praticam, efetivamente, os dois preceitos, dos quais se afirmou: “Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22, 40), amando a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o espírito, e ao próximo como a si mesmos. Entre eles, não existe estéril, visto produzirem tais frutos para Deus. Neste sentido, se entende: “Quebraste os dentes aos pecadores”, a saber, aniquilaste os príncipes dos pecadores, ferindo a todos os que me hostilizavam sem motivo. Segundo a narrativa evangélica, perseguiram-no os príncipes, enquanto a multidão de posição inferior o honrava”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 7

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.